Momento de reflexão II — A culpa é minha e eu boto ela em quem eu quiser!!!

Carlos Rocha
4 min readDec 22, 2021

Acho que todos já ouviram ou falaram essa frase, não? Meio infantil, mas quem não falou já pensou.

Photo by Maria Lysenko on Unsplash

É natural que por algum motivo, acabemos culpando o outro ou outros por fatos ou eventos, principalmente quando nos afetam ou afetam algo da nossa realidade.

Ou ainda quando fatos “inesperados” acontecem e delegamos a responsabilidade à outros ou circunstâncias. Sempre penso naquela situação onde cheguei atrasado em uma consulta e depois do Olá, acabava falando que o ônibus atrasou, ou o trânsito estava pesado, ou me atrasei no trabalho, até a velha desculpa de estar procurando vagas para estacionar. Situações múltiplas onde algo ou alguém foi responsável por algo que era um compromisso meu. (Claro que realmente algumas vezes algo extraordinário acontece e impacta um plano, mas sabemos que isso é uma raridade, não?).

Ao refletir sobre o assunto, vejo que sim, precisamos fazer o que quisermos com a culpa — Caso ela existíamos precisamos não somente reclamar mas também agir e assumir ela. E também, percebo que justificamos o injustificável, terceirizando a responsabilidade por atos e por resultados gerados por nossas ações.

Por muito tempo, eu pensei que culpa de não ter conseguido um emprego era externo, ou o motivo de uma briga era o gênio da outra pessoa, ou de algum fato do passado. Decisões mal tomadas, oportunidades desperdiçadas, relações que não deram certo, experiências frustradas eram motivadas por terceiros ou por que eu era uma vítima da circunstância. O lado ruim, é que realmente acreditamos nessa história, que acaba estragando a nossa vida, nos encarcerando num mundo pequeno e frio.

Nos últimos anos, a minha missão tem sido a de identificar o que é meu e o que é do mundo, o que é minha responsabilidade e o que não é. E também, sentir, refletir e decidir: o que será feito com isso. Maturidade? Não sei, mas isso foi uma virada de chave, desencadeando melhorias na vida profissional e pessoal, assim como no fluxo do pensar.

Identificando e praticando o senso de responsabilidade, a capacidade de aprendizado expande, assim como avaliar a situação e ver o que poderia ser melhor e o que será feito em caso similar ou repetitivo. Assim como, ao ser responsável, ou CULPADO, aumento as chances de resolvermos evoluir, ajudando também a decidir o que é prioritário e merece minha dedicação ou tempo (e o que e quem não). O que é minha “culpa”, também é mérito, e isso só faz querer não delegar ou transferir para terceiros o que é do indivíduo..

Isso vai de hábitos à questões pontuais desde a minha culpa em decidir ser frio ou carinhoso, de retornar mensagem ou ligações, ser grosseiro ou sem irritado, triste ou feliz. Não retornar e ser distante de pessoas que amo e que são prioridades na minha vida. Ser responsável e praticar a auto responsabilidade permite ir mais fundo e entender a origem do problema, entender o que origina tal comportamento (e como evitar ou amenizar os impactos). Com isso, fui capaz de identificar o quão imaturo fui em diversas relações amorosas e profissionais, quão reativo fui em conversas que eram pacíficas, quão ansioso fui ao imaginar e brigar por coisas que nem aconteceram, ou ainda perceber a necessidade de aprovação ou de reconhecimento em diversas áreas. Essa responsabilidade é minha, de identificar, trabalhar e crescer, e na próxima oportunidade, fazer diferente e melhor.

Sabem o mais surpreendente? é que funciona, pois ser o agente da própria mudança, possibilita o “universo” a abrir portas e janelas para que grandes experiências sejam vividas de forma mais leve e mais plena. Então assim, da mesma forma a qual a derrota e lágrimas foram minhas, a glória e felicidade também é.

Quando se assume a responsabilidade.

Hoje, não sinto mais aquela culpa se alguém me trata de forma fria, distante ou indiferente, ou se um distanciamento acontece, ou se não participo de algum processo ou evento. Isso é da outra pessoa, da vida e escolha dela, do momento dela, das prioridades dela. Porém, ser carinhoso, solicita, dedicado, comprometido, consciente e tudo mais, é minha responsabilidade para que as relações e experiências sejam mais maduras e saudáveis. Assim como optar por não entrar em debates, conversas, situações que possam desencadear situações ou até pensamentos não condizentes com a minha crença ou posição.

Essa reflexão pode também ir muito longe, pois para chegar aqui foram horas e horas, livros e podcasts, conversas com cervejas e cafés. E lembro que tudo começou a Reflexão IMomento de reflexão I — Ouvir, Tempo, prioridades.

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Carlos Rocha

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